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Foto do escritorDr. Alessandro Alcino

A Sombra do Ausente

Atualizado: 25 de mai.

Nas vielas de uma grande metrópole. No bairro exalava mais lutas do que sonhos, vivia uma família marcada pela ausência. O pai, uma alma perdida nas garras do vício, vagava sem rumo, preso em seus próprios demônios psicológicos. Sua sombra pairava pelas ruas, um espectro de promessas quebradas e esperanças desfeitas.

Desse pai, surgiram três filhos pequenos, com olhos ainda brilhantes de inocência, ficaram sob o cuidado de uma mãe cansada. Vinte e dois anos de casamento se passaram, antes que o vício roubasse o esposo. Com o peso de duas responsabilidades, ela tomou para si a guarda das crianças. Desde então, pai não mostrou seu rosto, nem sequer um sussurro de arrependimento ou saudade. Ela amava mesmo era o vício demoníaco e devorador.

A mãe, com uma coragem que desafiava o tempo, dividia-se entre dois empregos. Cada amanhecer trazia consigo a árdua tarefa de sustentar os filhos, de preencher com amor os espaços que a ausência do pai havia deixado. Ela era um pilar, inquebrável na sua determinação, mas não sem as marcas do cansaço que a vida lhe impusera.

O filho mais novo, uma criança de apenas seis anos, sentia no peito a dor que não sabia nomear. No silêncio da noite, quando as estrelas pareciam ouvir seus segredos, ele chorava a ausência do pai. Seu choro era um lamento mudo, um pedido de compreensão e uma busca por respostas que o mundo ainda não lhe oferecia.

Cada lágrima era um eco da ausência, um grito sufocado na alma de um menino que apenas desejava um abraço, uma palavra de carinho daquele que deveria ser seu herói. Mas o pai, perdido nas ruas, não ouvia o chamado de seu filho, nem sentia o vazio que deixara.

A mãe, mesmo exaurida, encontrava forças nos sorrisos de seus filhos. Eles eram sua luz, a razão pela qual continuava a lutar. Cada conquista, por menor que fosse, era um testemunho de sua resiliência e de um amor que superava todas as adversidades.

E assim, a vida seguia seu curso. A mãe, com sua perseverança inabalável, e os filhos, com seus corações que, apesar de tudo, ainda sabiam sonhar. E nas ruas, onde o pai vagava, restava a esperança de que um dia ele encontrasse o caminho de volta, não apenas para casa, mas para os braços de seus filhos que tanto ansiavam por seu amor.




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